viernes, agosto 31, 2007

As fronteiras da lingua

O necesario debate sobre a lingua e a súa evolución. A relación co Portugués. Acompaño un pequeno documental atopado en You tube no que opinan, entre outros, destacados membros da Real Academia Galega.

2 comentarios:

Anónimo dijo...

Tomo de novo e con ilusión contacto co teu blog , xa que no verán non dispuxen de conexión,e paréceme que este artigo ,que atopei non hai moito dun periodista portugués, serve , sen entrar en consideracións lingüísticas ,para pechar o estupendo video que nos presentas.


"Para que serve a Galiza"



A Galiza serve para albergar os galegos. Dá-lhes espaço e luz, um chão, um céu. E água, pedra e floresta. E sossego e inquietação. E vontade de partir para longe. E a saudade, já, do regresso.

Mas também a nós, portugueses, a Galiza serve. E para bem mais do que poderíamos supor.

Primeiro, e já não será pouco: a Galiza recorda-nos que somos menos únicos do que apreciamos pensar, que o Universo, ou mesmo a Europa, não se andaram preparando para produzir, aqui, esta tão inesperada mistura, que chamámos portuguesa, de sonho e pragmatismo, de evasão e acanhamento, de um entusiasmo por amanhã e uma entrega já hoje à fatalidade.

Assim, a Galiza faz-nos sentir-nos menos sós nesta agreste Península. Estamos acompanhados na ríspida vizinhança dos excitáveis e excitados castelhanos. Que nos disturbam e cansam com o seu colorido, a sua eloquência, a sua certeza de ditarem as leis do planeta.

E, por isso, a Galiza serve para lembrar-nos a felicidade, que a Galiza não teve, de podermos fechar as portas e janelas à algazarra. E podemos ler Javier Marías no alpendre, ver Almodóvar no sofá, calcorrear um Prado silencioso e digital, ouvir Tamara enquanto passeamos. Como se o Mediterrâneo luzisse em Elvas ou viesse lamber as praias da Covilhã.

Serve a Galiza, igualmente, para recordar-nos uma sorte, sorte que ela também não tem: a de desconhecermos um idioma superior, dia e noite contaminando, abafando, ameaçando de morte o nosso. E, por isso, quanta necessidade há, quanta urgência talvez, de o protegermos, a este, e da maneira mais simples, e a mais esperta, conhecendo-o melhor, estimulando nele forças dormentes, usando-o com imaginação e fidalguia.

A Galiza é o nosso melhor contacto. Pode a Espanha ser-nos um exemplo de sociedade, e é decerto um parceiro comercial. Mas não nos é, nunca foi, nem parece que venha a ser, um interlocutor. Até hoje, ninguém apresentou uma fórmula para isso que não diminuísse Portugal.

A Galiza, essa, há-de servir-nos, sempre, de casa ao lado. Com amigos certos. Para uma longa conversa ao pôr-do-sol.


*

A conversa entre galegos e portugueses tem vindo a fazer-se também na blogosfera. Salientarei, do lado galego, O Levantador de Minas, o blogue de Jaureguizar Cabaret Voltaire (antigamente Facendo Amigos) e o de Martin Pawley Días Estranhos (sic). E ainda o Portal Galego da Língua. Do lado português, tem de destacar-se Renas e Veados, tal como Coroas de Pinho.

A 13 e 14 de Outubro, haverá no Porto um encontro luso-galaico sobre Weblogs. Toda a informação aqui.

O mapa acima usa o nome espanhol da Galiza. Para muitos galegos, esse é também o nome do seu país. Mas há que sublinhar, no conjunto, a saborosa incorrecção política duma empresa alemã de mapeação.

Postado por Fernando Venâncio em setembro 24, 2006 10:57 AM | Permalink

Bautista Sotelo dijo...

Moi divertido o comentario. Ao video faltalle unha boa parte. Atopeino noutro lado completo. Pronto o colocarei todo.